quinta-feira, 28 de março de 2013

LER DEVIA SER PROIBIDO


GUIOMAR DE GRAMMONT



A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madamme Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.


Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.

É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submisso. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Alem disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.



Disponível: http://eqpedagogia2011.blogspot.com.br/2011/09/ler-deveria-ser-proibido-guiomar-de.html. Acesso: 28/03/2013

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O EDUCADOR CONTEMPORÂNEO E OS DESAFIOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO



Edilson Moraes dos Santos*






As novas tecnologias da informação são uma realidade da qual o docente não poderá mais se esquivar, se levarmos em conta que este século já é sem sombra de dúvida o século do avanço tecnológico. De modo especial, as últimas décadas têm demonstrado que este conhecimento é algo que está em constante expansão. Prova disso são os lançamentos quase simultâneos de equipamentos os mais diferenciados que possamos imaginar. Estes, por sua vez invadem nossas casas e, via de regra as escolas, obrigando o docente a adquirir, de alguma forma a informação técnica de como manusear tal ferramenta. Frente a esta nova realidade, os professores se deparam com as limitações e dúvidas inerentes a qualquer tipo de transição, seja em qual for o aspecto que esta esteja ocorrendo.
“Muitas formas de ensinar hoje não se justificam mais. Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, desmotivamo-nos continuamente. Tanto professores como alunos temos a clara sensação de que muitas aulas convencionais estão ultrapassadas (Moran, 2011, p. 11).” Tendo em vista que há a necessidade de uma atualização na forma de ensinar nos dias atuais, e isto ocorre por conta do surgimento das novas tecnologias da informação, o autor inicia o seu diálogo com dois questionamentos bastante sugestivos: “[...] para onde mudar?” e “Como ensinar e aprender em uma sociedade mais interconectada?” Estamos nos referindo a uma geração que desde os seus primeiros passos já começa a ter acesso e conexões aos meios tecnológicos mais avançados possíveis. O que está em jogo é de que maneira o professor poderá se sair “bem” tendo que lidar com uma criançada que não perde tempo e que vive o tempo todo interligada à mídia eletrônica e telemática.   
Certamente não será tão fácil encontrar respostas a essas interrogações. Todavia, remetendo-nos à primeira inquietação de Moran, constataremos que os docentes de hoje têm um desafio e tanto no que tange aos caminhos a serem trilhados para que se possa tocar adiante o processo educativo de forma progressiva e inclusiva. A segunda questão trazida pelo autor, para o início dessa conversa, tem a ver com os mecanismos a serem utilizados para que os professores possam estabelecer este ponto em comum com os estudantes, sem prejuízos para ambos.
Ainda segundo Moran, ao discorrer sobre as novas tecnologias e mediação pedagógica, “o campo da educação está muito pressionado por mudanças, assim como acontece com as demais organizações (Moran, 2011, p. 11). Percebe-se que a educação é o caminho fundamental para transformar a sociedade. Nas últimas décadas o mundo passou por grandes transformações. Ocorreram grandes mudanças e estas, por sua vez não deixam de ocasionar uma série de impactos na sociedade. Por sua vez, a humanidade espera que a educação consiga não apenas acompanhar esses acontecimentos, como também resolver os possíveis problemas advindos pelas mudanças.
Os avanços tecnológicos, de uma forma ou de outra não somente “aproximou” o mundo, como o inseriu ainda no mercado de consumo e trabalho nunca visto pela humanidade. Isto faz com que se evidencie a carência de mão-de-obra qualificada para que consiga dar conta da demanda. Não por acaso, as grandes empresas, as mega-produtoras acabam se tornando em modelos de gestão, empurrando as escolas e conseqüentemente a sociedade para a adesão do modelo pedagógico industrial.
A globalização, impulsionada pela indústria da telecomunicação, da informática e das novas ciências fez com que surgisse outro tipo de sociedade. Esta, sob o pretexto da proximidade e agilidade das informações e facilidade para as relações comerciais entre as nações, caracteriza-se pelo bombardeio de dados que ocorrem em milionésimos de segundos e pelo interesse incontrolável por aquilo que seja visto como novo, ou seja, “a última moda do momento”. Daí a constatação de que como característica do pensamento de globalização, está a idéia do consumo.
A escola, e, - ao dizer “escola,” inclui-se neste contexto o docente, precisa dar respostas plausíveis e imediatas a esta nova forma de pensar, a esta nova constituição de sociedade. Moran (2011) coloca em dúvida esta expectativa de que ocorram melhorias na educação, esperando apenas nos resultados da aplicação dos recursos tecnológicos nas salas de aula. Para este autor, o ensino de qualidade não depende só do domínio das novas tecnologias. Se assim fora, já teríamos avançado há muito na educação do nosso país, tendo em vista que a maioria dos colégios já dispõe desses recursos.
De acordo com Mercado (2002), as novas tecnologias possibilitam ao professor a oportunidade do desenvolvimento de atividades com os alunos de modo mais rápido e com uma maior abrangência, pelo fato de que estes podem obter as informações através dos Centros de Pesquisa, das Universidades, Escolas por meio de parcerias, estabelecendo-se dessa forma um mecanismo avançado para a busca e disseminação do conhecimento.
Ainda com a pretensão de reforçar a ideia sobre o assunto, o autor afirma:

O acesso às redes de computadores interconectadas à distância permitem que a aprendizagem ocorra freqüentemente no espaço virtual, que precisa ser inserido às práticas pedagógicas. A escola é um espaço privilegiado de interação social, mas este deve interligar-se e integrar-se aos demais espaços de conhecimento hoje existentes e incorporar os recursos tecnológicos e a comunicação via internet permitindo fazer as pontes entre conhecimentos e tornando um novo elemento de cooperação e transformação. A forma de produzir, armazenar e disseminar informações está mudando e os enormes volumes de fonte de pesquisas são abertos aos alunos pela internet, em substituição às publicações impressas (Mercado, 2002, p.14).

Pelo exposto acima, as novas tecnologias da educação apontam nitidamente para uma nova forma de aprendizagem que está muito além do modelo tradicional de ensino em que o professor porta-se como o agente do conhecimento, cabendo somente a ele o domínio do saber, e, portanto, restando ao aluno receber sem interferir. Com os avanços dos recursos tecnológicos, o professor passa as ser o mediador da informação na sala de aula e isto só é possível em razão da abertura expansionista que o educando da atualidade tem para adquirir os instrumentos necessários para seus trabalhos, leituras e socialização de suas produções.
Falando sobre o perfil do professor, o autor supramencionado reconhece as dificuldades recorrentes para a formação deste, sendo que para haver êxito nesta perspectiva, faz-se necessário que os mesmos sejam capacitados de modo a atuarem como de fato o momento requer. Todavia, para que tal façanha se concretize é preciso haver elevado investimento em equipamentos tecnológicos avançados, além de superar os preconceitos ainda enraizados em uma boa parcela que insiste na permanência do modelo de reprodução do ensino. “É preciso estimulara a pesquisa e colocar-se á caminho com o aluno e estar aberto à riqueza da exploração, da descoberta de que o professor, também pode aprender com o aluno”. (Mercado, 2002).
A sociedade contemporânea, reconhecidamente como a sociedade do conhecimento exige que o “novo” professor seja alguém com um perfil que traga as características suficientes para envolver o novo estudante num mundo de ebulição constante das descobertas.
Por fim, considerando tudo o que foi exposto sobre esta transformação que o mundo globalizado vem experimentando, compete a nós educadores, a missiva de nos adequarmos com este contexto. Para esta adequação se tornar possível, é imprescindível que cada um de nós nos assumamos como sujeitos com vontade e potencial suficientes para a promoção das grandes transformações sociais que o mundo precisa. Profissionais revestidos de flexibilidade ao ponto de saber que a educação acontece mediante instrumentos mecânicos, de telemática da informação, mas, sobretudo do instrumento humano - a máquina mais complexa e adaptável sem comparação. Sujeitos de nossa própria ação, comprometidos com as transformações sociais e políticas por intermédio de uma política pedagógica com e pela escola; que não abre mão da postura crítica, preservando valores e sua epistemologia e utopia, resultado de uma formação permanente; consciente do potencial de cada estudante e de sua contribuição para a construção de um mundo melhor; com aptidão para vivenciar o novo e suas descobertas, fazendo com que o docente consiga associar a vida teórica da prática na busca incansável do aprendizado; “[...] construindo e produzindo conhecimento em equipe, promovendo a educação integral, de qualidade, possibilitando ao aluno desenvolver-se em todas as dimensões: cognitiva, afetiva, moral, social, física e estética (Mercado, org. 2002)” Dessa forma, sabendo das nossas limitações frente à utilização dos recursos tecnológicos, podemos mudar o nosso conceito tradicional de ensino, passando a desenvolver atividades de pesquisa juntamente com os nossos educandos, numa troca constante e saudável de dados, numa perspectiva mediadora da educação. Talvez seja a carência desta mudança de comportamento dos docentes, que falta no momento, para termos uma escola onde efetivamente forme cidadãos politizados e preparados para os desafios que o mundo do trabalho, da família e social oferece.       


___________________________________________ 
 *Graduando do Curso de Letras Vernáculas - UNEB 


Referências bibliográficas:

MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, São Paulo: Ed. Papirus, 2011.

Disponível:http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=bi7OpaxCJT8C&oi=fnd&pg=PA7&dq=novas+tecnologias+e+educação-Acesso:16/12/201
        

domingo, 2 de dezembro de 2012

Governadores vão a Brasília pedir que veto seja votado este ano


O deputado federal Marcelo Castro (PMDB), um dos maiores defensores de um maior percentual na divisão dos royalties do petróleo do pré-sal para os estados brasileiros não produtores, lamentou o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto apresentado pela Câmara. Ele afirmou que parlamentares e governadores de todos os estados do país, com exceção do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, estão se mobilizando para vetar a decisão da mulher mais poderosa do país. 


"Não é justo que 82% da riqueza nacional vá para o Rio de Janeiro. Isso não tem cabimento. Porque o petróleo é extraído no mar e, segundo a Constituição Brasileira, os recursos naturais do mar são da União", defende. 

Os royalties são tributos pagos pela empresa exploradora de um recurso natural paga para poder explorá-lo. A presidenta Dilma vetou o projeto que previa a diminuição dos royalties para os estados chamados produtores - Rio de Janeiro e Espírito Santo, que possuem proximidade com o campo onde o petróleo é extraído e possuem empresas que tratam do beneficiamento do minério. Pela legislação atual, ambos recebem 26,25% enquanto os estados não produtores recebem 1,75%. Com a alteração da lei vetada, em 2020, os estados produtores receberiam 20% e os demais, 27%. Entretanto, os poços do pré-sal estão distante da área territorial dos estados e estão em águas federais. Para a presidenta, os novos percentuais valeriam apenas para novas licitações de novos blocos a serem explorados. 

Para Marcelo Castro, isto é um equívoco. "Os poços que serão licitados, por mais rápida que essa licitação possa ser, só deve ocorrer no ano que vem. Daí levaria pelo menos três anos para construir uma plataforma. Estamos falando de algo de quatro a cinco anos (para receber os lucros)", disserta. 

O parlamentar acrescenta que os governadores irão pressionar o presidente do Senado, José Sarney para colocar o veto da presidenta em votação antes do final do ano. "Os vinte e quatro governadores do Brasil, segundo o governador Wilson Martins, vão estar terça-feira em Brasília para cobrar do presidente do Senado, José Sarney, o seu compromisso de colocar o veto em votação". 

Com informações de Mírian Gomes (TV Cidade Verde)
Carlos Lustosa Filho
redacao@cidadeverde.com

Disponível:www.cidadeverde.com/governadores-vao-a-brasilia-pedir-que-veto-seja-votado-este-ano-119483-acesso:02/12/2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

I SEPEX

I SEPEX UNEB - SEMINÁRIO DE  ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Apresentação do I SEPEX



IV SELET
 II SEMINÁRIO PIBID

O Ensino, a Pesquisa e a Extensão: Diálogos e Possibilidades


Homenagem a Jorge Amado
O I Seminário de Pesquisa e Extensão do Campus XXII – I SEPEX é um evento promovido pelo NUPE, com o apoio do Departamento, integrado ao IV SELET – II Seminário PIBID. Esta integração está voltada para discussões e socializações das atividades existentes e desenvolvidas pelos discentes e docentes do Departamento, contando com a presença de professores convidados que contribuirão com suas vivências acadêmicas. Será realizado o I SEPEX, IV SELET e o II Seminário PIBID nos dias 26 e 27 de novembro do corrente ano.

OBJETIVOS
  • Socializar os projetos de ensino, pesquisa e extensão do Campus XXII -UNEB
  • Discutir o ensino, pesquisa e extensão do Campus XXII-UNEB, dialogando com as diversas possibilidades em prol da região.
  • Pensar a estrutura do ensino, da pesquisa e da extensão no âmbito da UNEB e de outras instituições públicas, assegurando o cumprimento da eficiência da função social de todos os envolvidos na universidade.

TIPOS DE PARTICIPAÇÃO;
  • Mesas de Comunicação
  • Palestras

INSCRIÇÕES:
  • Participação como ouvinte
  • Participação como comunicador
  • Participação como palestrante


COMISSÃO ORGANIZADORA:
Coordenadora: Profª Ms. Miriam Barreto de Almeida Passos
Profª Dra. Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva
Profª Ms. Camila de Souza Figueiredo
Profª Esp. Juciana Santos Cerqueira


NOVA PROGRAMAÇÃO I SEPEX


PROGRAMAÇÃO do I SEPEX


26 de novembro de 2012 (segunda-feira - NOITE)
18h – CREDENCIAMENTO – Voz e violão

19h - ABERTURA – Palavra da direção, coordenação do NUPE eProfª Rita Carvalho (representando profª Adriana Marmori)
19h e 30 min. – Conferência: O Ensino, a Pesquisa e a 

Extensão: Diálogos e Possibilidades - Prof. Dr. Gilmário Moreira Brito

22h e 30 min. Lançamento do livro – Culturas e Linguagens em Folhetos Religiosos do Nordeste (Momento de autógrafos).

 Local: El Shaddai
Endereço: Av. Renato Campos, 1630 Prédio.
Bairro: Jeremias
Euclides da Cunha - BA




27 de novembro de 2012 (TERÇA-FEIRA/TARDE)


13h30min – MESA 1 - TARDE
 A Extensão no Campus XXII seus projetos e práticas
Mediadora - Profª Miriam Barreto de Almeida Passos


Prof. Nelson N. da Silva – “O ensino da Língua Inglesa dentro de uma perspectiva” comunicativa.

Profª Camila Figueiredo – “Metodologia da Pesquisa e Normatização de Trabalhos Acadêmicos”

Prof. José Plínio – “Estudos Literários de Os Sertões de Euclides da Cunha”


15h30min  – MESA  2 - TARDE
A Extensão do Campus XXII- reflexos e participação pessoal
Mediadora Profª Miriam Barreto de Almeida Passos


Fernando Varjão de Sousa – “Leitura, memória, criatividade: tecendo redes a partir de saberes teóricos e individuais”.

Edilson Moraes – “Projeto Vivências”.

Camila Santos – “Laboratórios de Leitura e produção textual”.

Maria Clara Aquino  – “Consciência Fonológica e as Dificuldades de Leitura e de Escrita”.

Técnico Alexandre Vazquez – “Monitoria de apoio à divulgação do Processo Seletivo Vestibular 2013”.

27 de novembro de 2012 (TERÇA-FEIRA/NOITE)

19h30min – MESA 1 - NOITE
A Pesquisa no Campus XXII seus projetos e práticas
Mediadora – Profª Andréa do Nascimento M. Silva

Profª. Drª Andréa do Nascimento M. Silva - “(RE) CONHECENDO UM DOS SERTÕES BAIANOS: SISTEMATIZAÇÃO E REGISTRO DE EXPRESSÕES ARTÍSTICO-CULTURAIS DO SEMI-ÁRIDO”

Gabriela Barbosa – “Literatura e teatro: uma intersecção corporal

Janete Costa – “O xente! Eu não Sabia!? Lampião na voz, na memória e na Literatura de Cordel do semi-árido baiano”

Prof. Leandro Silva – “Avaliação das Habilidades em Consciência Fonológica em Crianças com e sem Déficits de Leitura e de Escrita”

Prof. Luis Paulo Almeida Neiva– “Relato de pesquisa”

Profª Camila Figueiredo – “O SINAES e o Processo de Avaliação Institucional no DCHT Campus XXII”

22h30min – Encerramento - Voz e violão

Disponível:sepexunebcampus22.blogspot.com.br-acesso:26/11/2102.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

REITOR RECEBE PARCEIROS ENVOLVIDOS NO CURSO DE AGRONOMIA



EDILSON MORAES




Como forma de consolidar a implantação do Curso de Engenharia agronômica no Campus XXII em Euclides da Cunha, o Magnífico Reitor Lourisvaldo Valentim reuniu-se no último dia (29) com os parceiros signatários deste projeto. Marcaram presença na Sala Nobre de Reunião da reitoria a prefeita Fátima Nunes e seu esposo o Deputado Federal José Nunes Soares.

Na referida reunião um dos pontos tratados foi o custo inicial para o investimento nas aquisições e obras que será da ordem de R$ 1,5 milhão. Este recurso, conforme ficou firmado sairá da Administração Central - Campus I, do DCHT XXII, da Prefeitura Municipal e de emenda parlamentar através do deputado Federal.



Para a prefeita Fátima este curso irá gerar enormes benefícios para o município euclidense




"Estamos trabalhando juntos nesse projeto para garantir que nossos futuros agrônomos sejam profissionais competentes e gabaritados." Afirmou a prefeita.

Dona Fátima demostra total interesse pelo curso por compreender os benefícios que este trará para a região, potencializando o município e oferendo recursos técnicos suficientes para garantir a sustentabilidade econômicas de diversas famílias. De igual modo, o Reitor visualiza essa grande oportunidade de crescimento não só para Euclides da cunha, mas também para as cidades circunvizinhas que fazem parte do eixo dessa região.  
“Não tenho dúvida de que nosso curso de agronomia vai levar crescimento para Euclides da Cunha e municípios vizinhos, atraindo docentes, pesquisadores e estudantes não apenas da Bahia como de vários estados do país”, ressalta.


A professora Ivete Teixeira destaca a abrangência do Curso de Agronomia.



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“O projeto do curso contempla o semiárido e tem como grande objetivo formar profissionais, ensinando-os a conviver com a seca, e não mais combatê-la.” Segundo a professora Ivete que é a idealizadora do projeto, cerca de 500 mil pessoas serão beneficiadas, levando-se em consideração que todas as cidades adjacentes a Euclides da Cunha poderão ingressar no curso.

De acordo com o atual diretor do Departamento XXII Edson Barreto, nós temos potencialidade para implantar o Centro de Ciências Agrárias, o que representaria uma conquista muito grande para a população.

Resgatar culturas antes trabalhadas 


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Esta é a perspectiva do Coordenador do Curso Jairton Fraga. Ele ressalta que a região de Euclides da Cunha já foi o maior produtor de feijão da Bahia. Está localizada em uma região de temperatura propícia e além disso possui um solo riquíssimo o que lhe assegura grandes colheitas, bastando para isto um maior investimento como este que está sendo tratado.   


Os interessados devem se inscrever até o dia 18 de novembro, exclusivamente pelo site www.vestibular.uneb.br.

Neste certame, a UNEB está disponibilizando um total de 4.297 vagas, distribuídas em mais de 100 opções de cursos de graduação presenciais, oferecidos nos campi de Salvador e outras 23 cidades baianas.




Disponível:http://www.uneb.br/2012/10/29/curso-de-engenharia-agronomica-do-campus-xxii.Acesso:01/11/2012 às 18:44.


Foto (home): José Bites, Ivete Teixeira, Lourisvaldo Valentim, José Nunes, Fátima Nunes, Luiz Paulo Neiva, Jairton Fraga e Eduardo Rodrigues, na Reitoria. Fotos: Anderson Freire/Ascom

terça-feira, 30 de outubro de 2012

NOVAS TECNOLOGIAS E MEDIAÇÃO PEDAGÓGICAS

EDILSON MORAES DOS SANTOS¹























MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, São Paulo: Ed. Papirus, 2011. Cap. 1, p. 1163.


Muitas formas de ensinar hoje não se justificam mais. Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, desmotivamo-nos continuamente. Tanto professores como alunos temos a clara sensação de que muitas aulas convencionais estão ultrapassadas. (p.11)

Tendo em vista que há a necessidade de uma atualização na forma de ensinar nos dias atuais, e isto ocorre por conta do surgimento das novas tecnologias da informação, o autor inicia o seu diálogo com dois questionamentos bastante sugestivos: “para onde mudar?” e “Como ensinar e aprender em uma sociedade mais interconectada?” Estamos nos referindo a uma geração que desde os seus primeiros passos já começa a ter acesso e conexões aos meios tecnológicos mais avançados que se possa imaginar. Certamente não será tão fácil encontrar respostas a essas interrogações. Todavia, remetendo-nos à primeira inquietação de Moran, constataremos que os docentes de hoje têm um desafio e tanto no que tange aos caminhos a serem trilhados para que se possa tocar adiante o processo educativo de forma progressiva e inclusiva. A segunda questão trazida pelo autor para o início dessa conversa tem a ver com os mecanismos a serem utilizados para que os professores possam estabelecer este ponto em comum com os estudantes, sem prejuízos para ambos.

O campo da educação está muito pressionado por mudanças, assim como acontece com as demais organizações. Percebe-se que a educação é o caminho fundamental para transformar a sociedade. (p. 11)

Nas últimas décadas o mundo passou por grandes transformações. Ocorreram grandes mudanças e estas, por sua vez não deixam de ocasionar uma série de impactos na sociedade. Por sua vez, a humanidade espera que a educação consiga não apenas acompanhar esses acontecimentos, como também resolver os possíveis problemas advindos pelas mudanças.

Os avanços tecnológicos, de uma forma ou de outra não somente “aproximou” o mundo, como o inseriu ainda no mercado de consumo e trabalho nunca visto pela humanidade. Isto faz com que se evidencie a carência de mão-de-obra qualificada para que consiga dar conta da demanda. Não por acaso, as grandes empresas, as mega-produtoras acabam se tornando em modelos de gestão, empurrando as escolas e conseqüentemente a sociedade para a adesão do modelo pedagógico industrial. Segundo pensa (RODRIGUES, 1999):

Esta geração está impulsionando transformações na própria estrutura educacional existente. A escola tradicional já não mais corresponde aos anseios da formação do Novo Homem (Cidadão Planetário), e toda a sociedade impele uma mudança no paradigma da escolaridade vigente. O próprio mercado de trabalho está passando por profunda modificação, o perfil do trabalhador se modificou brutalmente no final do século XX. Para isso, é necessário que os indivíduos se conscientizem acerca das novas habilidades que eles deverão desenvolver. Em vista de todas estas transformações na própria estrutura educacional, nas exigências do mercado de trabalho, é imprescindível abordar os aspectos mais nobres do novo Cidadão Planetário em evolução, que é a sua responsabilidade diante do planeta e seu senso de cidadania.

Como em outras épocas, há uma expectativa de que as novas tecnologias nos trarão soluções rápidas para o ensino. Sem dúvida as tecnologias nos permitem ampliar o conceito de aula, de espaço e tempo [...]. Mas, se ensinar dependesse só de tecnologias, já teríamos achado as melhores soluções há muito tempo. (p. 12)

Para Moran, apesar da esperança de que por intermédio das tecnologias pudéssemos obter respostas rápidas para a educação, isto não tem dado demonstrações de que seja de fato assim, devido a constatação de que mesmo após tanto tempo e recursos investidos em equipamentos sofisticados para serem utilizados no setor educacional, os problemas permanecem e, pior, com maior densidade. Segundo o autor, “ensinar e aprender são os desafios maiores que enfrentamos em todas as épocas e particularmente agora em que estamos pressionados pela transição do modelo de gestão industrial para o da informação e do conhecimento.”

Há uma preocupação com ensino de qualidade mais do que com educação de qualidade. Ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento (ciências, história, matemática. Na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação a ter uma visão de totalidade. (p. 12)

De fato, ocorre uma tendência em popularizar a qualidade do ensino em detrimento da qualidade da educação. O autor, tomando posse das informações adquiridas ao longo de sua formação acadêmica conceitua os dois termos de forma lúcida, mostrando que ao passo que qualidade de ensino tem a ver com a sistematização dos conteúdos a ser trabalhados na sala de aula, a qualidade da educação conjuga-se com a transformação de vida das pessoas. Freire (2006), em seu discurso revolucionário sobre o papel e o impacto da educação para a sociedade afirma que “a educação é uma forma de intervenção... Intervenção que além do conhecimento dos conteúdos bem ou mal ensinados e/ou aprendidos implica tanto o esforço de reprodução da ideologia dominante quanto o seu desmascaramento Freire (2006, p. 98).” Para este renomado pedagogo, “interferir” no mundo implica provocar, questionar e elaborar ideias que sejam suficientes para lançar as bases para uma nova forma de vida que contemple o ser em toda a sua plenitude.

Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho intelectual, emocional profissional, que nos realiza e que contribua para modificar a sociedade que temos. (P. 12)
               
O autor faz um alerta sobre a recorrência da preocupação com o ensino de qualidade em detrimento da educação de qualidade. Ao passo que o ensino está relacionado com ações mais específicas, tendo como objetivo colaborar para que o educando compreenda determinado conteúdo por meio dos mecanismos didáticos, a educação de qualidade prima por contemplar os sujeitos envolvidos em todos os aspectos responsáveis pela desenvoltura deste no meio em que está inserido. Explora as questões sociais, profissionais, psicológicas, motoras e familiares pela compreensão de que o ser humano constitui-se de um todo complexo, não de partes isoladas e dissociáveis. É por intermédio dessa educação de qualidade que surge a possibilidade se formam homens e mulheres com um pensar político e transformador capazes de promover grandes reviravoltas na sociedade moderna.     

Ensinar/educar é participar de um processo, em parte previsível – o que esperamos de cada criança no fim de cada etapa – e, em parte, aleatório, imprevisível. (P. 12)

Continuando sua fala a respeito dos desafios de ensinar e educar com qualidade, o autor em estudo afirma que a educação fundamental se dá através da própria vivência, os contatos, atitudes de cada indivíduo. Dessa forma, quanto mais nos tornamos maduros, mais podemos evidenciar o quanto temos em aprendizagem ao longo da vida.    

Educar é colaborar para que professores e alunos – nas escolas e organizações – transformam suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. (P. 13)

O autor entende que o processo da aprendizagem é um acontecimento contínuo tanto para professores quanto para alunos. O ser humano, no pensamento freireano, assim como em Moran é um projeto inacabado. Ou seja, sempre está pronto para aprender algo mais e isto lhe permite assumir posturas com noções de criticidade e de se assumir enquanto ser político.

Nosso desafio maior é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano.  (P. 15)

Para o autor, o processo da aprendizagem está muito além de uma concepção pobre a respeito da aquisição do conhecimento. Não se trata de um acontecimento limitado a tal ponto de contemplar somente alguns aspectos isolados da vida humana. Pelo contrário, o ensino/educação, quando explorado em sua plenitude, ou ainda que seja perto disso, contempla todas as áreas ou aspectos que constituem os indivíduos. À medida que a educação cumpre seu papel neste sentido, teremos pessoas com desenvoltura e habilidades que lhes permitam interpretar as diversas situações que as cercam, cada contexto com seus aspectos, as transformações sociais diversas e ainda, conscientemente se predispõe para interferir positivamente no mundo em que está inserido.

As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar, de termos educadores maduros intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas e entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar. Pessoas com as quais valha à pena entrar em contato, porque desse contato saímos enriquecidos. (P. 16)

Moran atua na perspectiva de que o segredo da educação/ensino que sonhamos repousa no fato de que se tivermos professores preparados não só tecnicamente, mas, sobretudo emocionalmente, teremos como resultado estudantes motivados, humanizados e socialmente preparados para conduzir os rumos de sua geração.

Uma das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados.   (P. 29)

Neste ponto, considerando as possibilidades de haver mudanças na forma de se ensinar, o autor propõe que nós, os profissionais da educação estejamos atentos à nova mentalidade dos educandos. Afinal estamos nos referindo a uma nova sociedade, a das tecnologias e seu universo variado de informações cada vez mais velozes e em maior volume, permitindo aos sujeitos envolvidos uma acessibilidade nunca antes visto. Tal comportamento é o indicativo de que, se quisermos que nossas aulas alcancem os estudantes em seus aspectos sociocognitivos, responsáveis por seu desenvolvimento de modo geral, teremos que nos adequar a essa nova realidade da qual não há como fugir ou driblar. E isto exige do docente  consciência do “inacabamento”, como diz Freire (1996) em sua obra Pedagogia da Autonomia.

O professor, com acesso a tecnologias telemáticas, pode se tornar um orientador/gestor setorial do processo de aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial. (P. 30)

De acordo com o autor, o professor é um constante aprendiz que aprende enquanto ensina e ensina aprendendo. Em Oliveira (2002) encontra-se formulada a ideia de que o professor já traz em sua essência as habilidades por meio do processo político-pedagógico que o credenciam às novas vivências que envolvem a aprendizagem: "Não trazer estes componentes à tona é deixar de perceber, entre outras coisas, a multiplicidade de elementos políticos, econômicos, culturais, ideológicos e pedagógicos que definem a prática do professor."

Aprendemos quando relacionamos, interagimos. Uma parte importante da aprendizagem acontece quando conseguimos integrar todas as tecnologias, as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas, corporais.  (P. 32)

Na sociedade Pós-Moderna, não há mais espaço para apenas um tipo de saber ou saber limitado. O que Moran coloca de maneira clara é que à medida que interagimos, em especial no mundo da informática, abrimo-nos para as perspectivas, permitindo-nos conhecer e experimentar as interconexões nas suas mais diversas formas. Dessa maneira, pondera o autor sobre a importância do docente não abrir mão de buscar estar contextualizado com as novas realidades, como já foi dito, conhecendo as novas ferramentas que a cada instante surge no cenário da multimídia afim de sempre levar para a sala de aula um repertório de informações que sejam capazes de estimular a sua turma.

A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. (P. 36)
            
Como foi mencionado anteriormente, os meios de comunicação, nas mais diversas modalidades estão ao alcance de todos. Espera-se que estes possam ser explorados em sua totalidade nos espaços escolares, em especial aqueles em que a deficiência de material humano e didático resultam em aulas cansativas e desgastantes. O Ministério da Educação tem feito investimentos altos na distribuição de aparelhos tecnológicos para as escolas públicas, por esperar que se trate de uma maneira diferenciada de levar a linguagem da educação e do conhecimento por um mecanismo que não deixa de ser lúdico também.    

Especificamente em rede, o computador se converte em um meio de comunicação, a última grande mídia, ainda em estágio inicial, mas extremamente poderosa para o ensino e aprendizagem. (P. 44)

São inúmeras as possibilidades de trabalho com a educação, com a utilização do computador conectado à internet. Além de facilitar as produções individuais ou em grupo que abrem precedente para o desenvolvimento social dos envolvidos, pelas noções adquiridas sobre ações em equipe que envolve comportamentos individuais e coletivos, possibilita ainda o contato com pessoas de outras culturas, com outros olhares e novas maneiras de encarar a vida. O mundo virtual, se bem aplicado no contexto da educação, representa uma ferramenta poderosa para o crescimento intelectual do estudante. Ainda segundo Moran (2011), seja virtual ou presencialmente, a internet oportuniza a execução de atividades que envolvem professores e alunos, em tempo real, que tenha como foco o debate sobre uma problemática da atualidade. Dentre os aspectos positivos da utilização da internet na sala aula, um que é bem evidente, neste particular, está associado à economia de tempo e de espaço, resultando disso uma maior dinâmica dos trabalhos.

O nível seguinte é auxiliar os professores na utilização pedagógica da internet e dos programas multimídia. (P. 51)

Para este autor, é de suma importância que professores e alunos tenham acesso aos meios eletrônicos via investimentos e financiamentos por parte dos setores públicos, como estratégia para minimizar o distanciamento entre as classes de maior poder aquisitivo e os que ficam à margem dessa realidade que ainda é para poucos. Olhando para além do fator da aquisição do equipamento, que por si só não representa avanço na qualidade do ensino, é preciso ainda que haja a capacitação e familiarização do professor aos recursos que lhe possam estar á disposição, visando à sua utilização sistêmica e pedagógica para que efetivamente os propósitos sejam contemplados.

Alguns alunos não aceitam facilmente essa mudança na forma de ensinar e aprender. Estão acostumados a receber tudo pronto do professor, e esperam que ele continue “dando aula”, como sinônimo de ele falar e os outros escutarem. (P.54)

Ao se deparar com uma aula em que o professor se utiliza da internet como ferramenta didática, na maioria das vezes os alunos confundem-na com uma aula sem interesse, como se houvesse nenhum outro proveito que não as páginas de relacionamento, dos games e outros da série, que para um momento de ensino como este, talvez não surta aquele efeito esperado, principalmente se a proposta seja alcançar outro resultado. É imprescindível que o orientador desenvolva laços de credibilidade e confiança mútua com os seus discentes, para que posa lograr êxito na empreitada de mantê-los ativos, buscando as conexões adequadas e as diversas informações disponíveis, com vistas a transformar em conhecimento os dados imersos no vasto mundo da internet. Ter a informação sem o labor da pesquisa, da organização das ideias, das discussões em grupo de modo a inserir o estudante no mundo do saber pleno, não implica dizer que este possui o conhecimento. Segundo afirma Moran (2011), O conhecimento não se passa, o conhecimento cria-se, constrói-se.

Necessitamos de muitas pessoas livres nas empresas e nas escolas, que modifiquem as estruturas arcaicas e autoritárias do ensino escolar e gerencial. (P. 63)

Freire (1996) imprime o pensamento de que a “liberdade amadurece no confronto com outras liberdades.” O sujeito livre luta por sua autonomia e pela do outro, pois entende que apenas por este meio é que o mundo escolar pode ultrapassar as limitações a ele impostas, seja pelo professor que tem receio do novo, seja pelo aluno que não consegue conceber as novidades que vão surgindo ao longo do processo educacional.     






Referências bibliográficas:

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, São Paulo: Ed. Papirus, 2011. Cap. 1, p. 1163.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes e necessidades à prática educativa. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1996.

RAMON, Oliveira de. Informática educativa. Campinas: Ed. Papyrus, 2002.

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¹Graduando do Curso de Letras Vernáculas com Licenciatura Plena em Língua Portuguesa - (UNEB).